segunda-feira, 12 de setembro de 2016

As cantigas e suas divisões


Nas cortes dos senhores feudais, centros de atividade artística da Europa medieval, se exibiam os jograis: recitadores, cantores e músicos ambulantes que eram contratados pelo senhor para divertir a corte. As cantigas apresentadas pelos jograis eram compostas, quase sempre, por nobres que se denominavam trovadores — praticavam a arte de trovar. Essas cantigas podem ser divididas de acordo com seu conteúdo temático ou sua organização estrófica:

  • De acordo com a temática: 

Cantigas líricas: 
Cantigas de amor: As cantigas de amor do Trovadorismo desenvolvem um mesmo tema: o sofrimento provocado pelo amor não correspondido, em que o homem (vassalo) idealiza sua dama, louvando-a e enaltecendo-a;

Cantigas de amigo: As cantigas de amigo apresentam um eu lírico feminino, representando a voz de uma mulher (amiga) que manifesta a saudade pela ausência do amigo (namorado ou amante). É importante ressaltar que o trovador que compõe a cantiga é um homem, sendo assim, a adoção de um eu lírico feminino acaba por apresentar aquilo que os compositores consideravam a visão feminina da saudade e do amor;


Cantigas Satíricas:
Cantigas de escárnio e maldizer: As cantigas de caráter satírico apresentavam críticas ao comportamento social, pessoas, hábitos, instituições e difamavam alguns nobres.

  • De acordo com a organização estrófica: 
Cantigas de refrão: Mais comuns nas cantigas galego-portuguesas, apresentam sempre uma estrofe que se repete, o que facilitava a memorização;

Cantigas de maestria: Mais comuns nas cantigas provençais e não apresentavam refrães;

Cantigas de atafinda: Cantiga na qual o final de um verso ou estrofe liga-se ao seguinte sem interrupção de ritmo;

Cantiga de refrão paralelística: Cantiga em que os versos se repetem numa sequencia determinada, sem a variação do refrão.


É importante saber:
Cobra: termo utilizado para designar estrofe
Cobra singular: caracterizada por conter uma estrofe com séries de rimas diferentes (embora com o mesmo esquema rimático).


Referências:
*Aulas ministradas pelo professor Fernando Fiorese na matéria Estudos Literários II, na UFJF
http://cantigas.fcsh.unl.pt/sobreascantigas.asp
ABAURRE, M.L; PONTARA, M. Literatura: tempos, leitores e leituras. 2.e.d São Paulo: Moderna, 2010.

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